sexta-feira, 21 de maio de 2010

Feliz Sábado!

"Seis dias trabalharás, mas, ao sétimo dia, descansarás, quer na aradura, quer na sega." (Êxodo, 34: 21).

Deus concedeu o trabalho como uma benção; criou o ser humano ativo e, já no início, havia dado ordem a Adão e Eva para que cuidassemdo jardim. Mas Deus, como criador,sabe das nossas necessidades, especialmente após a entrada do pecado em nosso meio.

O trabalho é bom, mas necessitamos parar e descansar; por isso Deus nos presenteou com o sábado; por isso Ele o abençoou, o santificou e descansou para nos dar o exemplo. No mundo agitado e estressante, é necessário que destinemos um tempo para Deus, para a família e para o próximo. No sábado, devemos orar e estudar a Palavra de Deus, mas devemos também trabalhar em favor do nosso semelhante, seja pregando-lhe a Palavra, seja ajudando nas suas necessidades prementes. Podemos também, e devemos, admirar as obras criadas por Deus, principalmente, contemplando a natureza e suas belezas; assim, estaremos também, ao ajudar o próximo e reconhecer a Deus como criador, rendendo louvor e adoração àquEle que nos criou e nos salvou.

Feliz sábado e que Deus abençoe a todos.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

A Lei e a Misericórdia


"Porás o propiciatório em cima da arca; e dentro dela porás o Testemunho, que eu te darei. Ali, virei a ti e, de cima do propiciatório, do meio dos dois querubins que estão sobre a arca do Testemunho, falarei contigo acerca de tudo o que eu te ordenar para os filhos de Israel." (Êxodo, 25: 21 e 22).

Na antiguidade, após a destruição desse mundo pelo dilúvio, Deus decidiu fazer, novamente, Seu nome conhecido por toda a terra e, para tanto, escolheu um homem: Abrão, que posteriormente teria seu nome mudado para Abraão.

Deus dera a seguinte ordem, acompanhada de uma promessa: "Ora, disse o SENHOR a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção!" (Gênesis, 12: 1 e 2).  Além dessa promessa, Deus fez-lhe outra, muito mais maravilhosa: "Multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus e lhe darei todas estas terras. Na tua descendência serão abençoadas todas as nações da terra;" (Gênesis, 26: 4). Essa promessa não é maravilhosa por ter sido garantido a Abraão uma grande descendência, mas porque o Salvador do mundo viria dessa descendência.

Conforme a promessa, Sara, esposa de Abraão teve um filho, Isaque, o filho da promessa (cf. Romanos, 9: 8 e 9). Esse, por sua vez, teve Esaú e Jacó como filhos. Esaú, o mais velho, teria o direito da primogenitura, que na antiguidade envolvia, além das posses materiais do pai como herança, as bençãos espirituais e a responsabilidade de ser o sacerdote da família. Porém, conforme relatado no livro de GênesisEsaú trocou, com Jacó, o seu direito de primogenitura por um prato de lentilhas (cf. Hebreus, 12: 16).

Deus já havia prometido à Rebeca que o filho mais novo, Jacó, daria origem a um povo mais forte que o mais velho, Esaú, e esse seria servo daquele. Deus cumpre Suas promessas e não precisa da ajuda de homens para realizar a Sua vontade. Jacó (como o próprio nome indica: "aquele que engana, traidor") e sua mãe não acreditaram nisso e resolveram "usurpar" as bençãos destinadas a Esaú, enganando seu velho pai Isaque. Por esse motivo, Jacó teve que fugir para não ser morto pelo seu irmão. Nesse ínterim, Jacó casou-se com Rachel e Deus ordenou que ele voltasse à sua terra natal. Jacó e Esaú cruzariam-se pelo caminho e, na sua aflição e medo de ser morto, numa noite, no vale do rio Jaboque, Jacó lutou com Deus (uma luta, claro, espiritual) e disse: "Não te deixarei ir se me não abençoares" (Gênesis, 32: 26), porém, o Senhor, vendo a luta e o arrependimento de Jacó, respondeu: "Já não te chamarás Jacó, e sim Israel, pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens e prevaleceste." (Gênesis, 32: 28). Começa aí, a história do povo de Israel, porque as 12 tribos que deram origem aos judeus, nasceram de Israel (Jacó), filho de Isaque, filho de Abraão.

Devido a um período prolongado de seca e fome, Jacó e seus filhos viram-se obrigados a descer para o Egito a fim de conseguir alimentos. Deus, na Sua providência, já havia preparado um meio para que os israelitas encontrassem abrigo naquela terra estrangeira; José, seu penúltimo e mais amado filho, havia sido vendido como escravo e agora era o "braço direito" do Faráo, rei do Egito (cf. Gênesis, caps. 37 - 48). A Bíblia afirma que o povo de Israel fora colocado na terra de Gósen, um vale fértil, junto ao rio Nilo; isso porque Faraó amava a José. Com o passar dos anos o povo de Israel cresceu e tornou-se numeroso; além disso, José havia morrido, e assim, o novo Faraó via os israelitas como uma ameaça e passou a maltratá-los, fazendo deles escravos (mais de 400 anos de escravidão): "Mas os filhos de Israel foram fecundos, e aumentaram muito, e se multiplicaram, e grandemente se fortaleceram, de maneira que a terra se encheu deles. Entrementes, se levantou novo rei sobre o Egito, que não conhecera a José. Ele disse ao seu povo: Eis que o povo dos filhos de Israel é mais numeroso e mais forte do que nós. Eia, usemos de astúcia para com ele, para que não se multiplique, e seja o caso que, vindo guerra, ele se ajunte com os nossos inimigos, peleje contra nós e saia da terra. E os egípcios puseram sobre eles feitores de obras, para os afligirem com suas cargas. E os israelitas edificaram a Faraó as cidades-celeiros, Pitom e Ramessés." (Gênesis, 1: 7-11).

Em meio ao sofrimento, os filhos de Israel clamavam por libertação e Deus enviou um libertador: Moisés. Após maravilhosos sinais e demonstrações do poder de Deus, os israelitas receberam "autorização" do Faraó para sair do Egito. O povo de Israel, em função do pecado, vagou no deserto, entre o Egito e a terra prometida (Canaã), por 40 anos.

Ainda no deserto, na região do monte Sinai, Deus dera uma ordem a Moisés: "E me farão um santuário, para que eu possa habitar no meio deles. Segundo tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo e para modelo de todos os seus móveis, assim mesmo o fareis." (Êxodo, 25: 8 e 9).

Deus não necessita residir em casas feitas por mãos humanas, mas o pecado fez (e faz) separação entre Deus e os homens e, para que Ele pudesse se manifestar em meio ao povo, Ele exigiu que se construísse um Santuário de acordo com Sua determinação, conforme o modelo apresentado a Moisés.

O mais importante, porém, é que o Santuário e o seu ritual representavam o Messias vindouro; aquele que morreria pelos pecados do mundo, disponibilizando a salvação aos seres humanos.

O Santuário era formado pelo pátio (ou átrio), no qual ficavam o altar de holocausto e a pia de bronze; dentro, havia o lugar Santo, no qual estavam, à direita, a mesa com os pães da proposição; à esquerda, o candelabro de sete velas e, á frente, junto ao véu, o altar de incenso. Além do véu, estava o lugar Santíssimo, onde encontrava-se a Arca do Concerto. Sobre a Arca estava o propiciatório e dentro da arca, as tábuas da Lei (os Dez Mandamentos - "E, tendo acabado de falar com ele no monte Sinai, deu a Moisés as duas tábuas do Testemunho, tábuas de pedra, escritas pelo dedo de Deus." [Êxodo, 31: 18] ), a vara de Arão que floresceu e uma porção do maná. Sobre o propiciatório encontravam-se esculpidos dois anjos, um virado para o outro, olhando para baixo. Era entre esses anjos que, uma vez por ano, no dia da expiação, Deus se manifestava como uma luz (Shekinah).

Como tudo no Santuário representava a Cristo, a arca e o propiciatório nos deixa uma lição maravilhosa, de como a justiça de Deus se encontra com a Sua misericórdia. Jesus precisou morrer por nós porque pecamos e a Bíblia afirma que "todos pecaram e carecem da glória de Deus," (Romanos, 3: 23), e afirma, ainda que, "pecado é a transgressão da lei." (I João, 3: 4). O propiciatório representava a misericórdia de Deus, estando ela acima da Lei, ou seja, por mais pecadores que sejamos, se nos arrependermos verdadeiramente e buscarmos a Deus de coração e alma, encontraremos o perdão e a misericórdia. Porém, o fato de Deus ser misericordioso não diminui a importância da Lei (os Dez Mandamentos) e a necessidade de obediência; os anjos, do propiciatório, olhavam para ela, representando reverência e respeito pela Lei de Deus.

De maneira inspirada, Ellen G. White descreveu da seguinte maneira o encontro da Lei e da Misericórdia, representadas pela arca e o propiciatório: "Além do véu interior estava o santo dos santos, onde se centralizava a cerimônia simbólica da expiação e intercessão, e que formava o elo de ligação entre o Céu e a Terra. Nesse compartimento estava a arca, uma caixa feita de acácia, coberta de ouro por dentro e por fora, e tendo uma coroa de ouro em redor de sua parte superior. Fora feita para ser o receptáculo das tábuas de pedra, sobre as quais o próprio Deus escrevera os Dez Mandamentos. Daí o ser ela chamada a arca do testemunho de Deus, ou a arca do concerto, visto que os Dez Mandamentos foram a base do concerto feito entre Deus e Israel. A cobertura da caixa sagrada chamava-se propiciatório. Este era feito de uma peça inteiriça de ouro, e encimado por querubins do mesmo metal, ficando um de cada lado. Uma asa de cada anjo estendia-se ao alto, enquanto a outra estava fechada sobre o corpo em sinal de reverência e humildade. Ezeq. 1:11. A posição dos querubins, tendo o rosto voltado um para o outro, e olhando reverentemente abaixo para a arca, representava a reverência com que a hoste celestial considera a lei de Deus, e seu interesse no plano da redenção. Acima do propiciatório estava o shekinah, manifestação da presença divina; e dentre os querubins Deus tornava conhecida a Sua vontade. Mensagens divinas às vezes eram comunicadas ao sumo sacerdote por uma voz da nuvem. Algumas vezes uma luz caía sobre o anjo à direita, para significar aprovação ou aceitação; ou uma sombra ou nuvem repousava sobre o que ficava ao lado esquerdo, para revelar reprovação ou rejeição. A lei de Deus, encerrada na arca, era a grande regra de justiça e juízo. Aquela lei sentenciava a morte ao transgressor; mas acima da lei estava o propiciatório, sobre o qual se revelava a presença de Deus, e do qual, em virtude da obra expiatória, se concedia o perdão ao pecador arrependido. Assim na obra de Cristo pela nossa redenção simbolizada pelo ritual do santuário, "a misericórdia e a verdade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram". Sal. 85:10." (White, Ellen G., Patriarcas e Profetas, p. 348-349).

Jesus é a síntese da Justiça e da Misericórdia de Deus: Ele somente precisou morrer porque nós pecamos, mas o fez porque Ele e o Pai são misericordiosos e não abandonaram o ser humano à própria sorte. Aceite agora a Jesus Cristo como seu Salvador e Ele trará refrigério para sua alma, paz e alegria ao seu coração.

Que Deus o abençoe.

PS. Para você ter uma boa ideia de como era o Santuário à época de Moisés clique no link abaixo:
http://www.bibliaonline.net/cursos/estudo_14/Licao13/imagens/santuario.jpg