terça-feira, 7 de junho de 2011

Divórcio: Festa ou Luto?

"E disse o homem: Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada. Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne." (Gênesis, 2: 23 e 24).

Tenho a firme fé e crença de que Deus criou o mundo em seis dias e descansou no sétimo dia. Por mais que queiram tentar provar o contrário - o que também se tornará, inevitavelmente, um exercício de fé - tenho a certeza de que Deus, onipotente como é, fez esse mundo pelo poder de Sua palavra e gastou míseros seis dias e, portanto, creio que a linguagem do livro do Gênesis é literal e não simbólica como muitos, inclusive pretensos teólogos, querem fazer acreditar.

Dentre as maravilhas da criação de Deus, reveladas na natureza e no ser humano, podemos destacar duas instituições criadas por Ele para abençoar o ser humano: o sábado (shabat / descanso semanal) e o matrimônio ou casamento.

Acerca do sábado já falamos muito nesse blog (e falaremos mais ainda!), cumpre-nos, agora, falar um pouco acerca do casamento e do que Deus por meio dessa instituição faz para abençoar o ser humno - ainda mais agora que chega em terras brasileiras uma moda que já pegou na América do Norte: a festa de divórcio.

Deus criou o homem com o intuito de ver nele refletida Sua imagem - "Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança;" (Gênesis, 1: 26) -  e, ao refletirmos a imagem do Criador, poder adorá-lo plenamente e ter comnhão completa com Ele. Porém, algo intrometou nos planos de Deus: o pecado. A partir de então já não éramos e não somos a perfeita imagem dEle. O pecado alterou não só a natureza ao nosso redor, mas principalmente, alterou a natureza humana.

Mas Deus continua preocupado com o bem estar de Suas criaturas e esse bem estar envolve diversos aspectos que Ele não deixou passar em branco. Vejamos alguns:

1. saúde física: o sábado foi o primeiro sinal dessa preocupação - Deus nos concedeu esse presente para que possamos, semanalmente, parar e recuperar nossas energias; além disso, Ele também se preocupou com a nossa alimentação: "E disse Deus ainda: Eis que vos tenho dado todas as ervas que dão semente e se acham na superfície de toda a terra e todas as árvores em que há fruto que dê semente; isso vos será para mantimento." (Gênesis, 1: 29).

2. saúde espiritual: o pecado trouxe degenaração não só física ao ser humano, mas e, principalmente, degeneração espiritual. O pecado separou o homem da comunhão plena de Deus ("Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça." Isaías, 59: 2), mas Ele proveu uma saída para isso também: Jesus Cristo. Por meio de Seu Filho, foi restabelecida a comunhão com o Pai: "Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação." (II Coríntios, 5: 18 e 19). Assim, por meio de Jesus temos paz com Deus e plena saúde espiritual.

3. Saúde emocional: quando Deus cria o homem e afirma que ele não deveria viver só e, assim, cria também uma companheira, igual a ele, o Pai está mostrando a preocupação com a saúde emocional dos seres humanos, afinal, pouquíssimas pessoas conseguem, efetivamente, serem felizes estando na solidão.

Nesse sentido, Deus institui o matrimônio e assim o torna tão sagrado como qualquer outra coisa criada ou por Ele instituida. Não é de se admirar portanto, que o inimigo de Deus seja também inimigo de Suas criaturas e de Suas instituições. Vemos, já há muito, o sábado sendo pisado e, na moderniade, o casamento também sendo desconsiderado e até mesmo menosprezado.

Infelizmente, cada dia que passa, mais "novidades" surgem no cotidiano humano, a última é essa que citamos acima: pessoas festejando o fato de estarem divorciadas. Mas fica a pergunta: será mesmo motivo de festa a separação de pessoas que um dia pretenderam passar a vida toda juntas? E os sonhos e planos feitos? E os filhos, caso os tenham, será que também irão comemorar o fato de seus pais estarem se separando?

Em uma conversa com os fariseus, Jesus, ao ser perguntado se era lícito ao homem dar carta de divórcio a uma mulher, sem meias palavras, foi taxativo: "Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carneDe modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem." (Mateus, 19: 4-6).

Ainda, a maioria dos casais exige uma cerimônia religiosa, além das obrigações civis; mas é fato também que a maioria dessas cerimônias são realizadas muito mais com o intuito de cumprir uma "obrigação" social do que, efetivamente, receber as bençãos de Deus. Mas, uma vez que a cerimônia foi realizada por um sacerdote (seja padre, pastor ou algo que o valha), cremos que Deus ali colocou a sua benção e, assim, os dois se tornam uma só carne. Veja o parecer do apóstolo Paulo: "Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama. Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja;" (Efésios, 5: 28 e 29). Como posso eu odiar aquela a quem Deus me uniu? Como posso festejar a separação daquela que gerou, em seu ventre, os filhos que Deus nos deu como presente? Como posso festejar o fim de um sonho, o fim de um projeto de vida? Como posso festejar o que, para o outro, pode significar profunda dor e profunda mágoa?

Vivemos em tempos em que os sentimentos, as insitituições e a fé são banalizadas. Não nos importa mais o que o outro sente, importa o que eu estou sentindo. Vivemos um tempo em que a noção de liberdade se torna cada vez mais equivocada. Em nome dessa pretensa liberdade eu me sinto no direito de destruir, literalmente, a vida de outras pessoas. Sabemos as consequências desatrosas que a separação dos pais causam na vida de crianças e adolescentes ainda em formação.

O que mais assusta é a naturalidade com que coisas assim são tratadas pelas pessoas envolvidas e pela mídia em geral. Tudo é engraçado e motivo de risos e piadas. No inicio gera-se um estranhamento, mas depois..... tudo muito natural.

Você que está lendo esse artigo, pode pensar: "que pessoa mais conservadora, quadrada, careta!" Talvez. Mas eu sei no que creio. Sei que existe um Deus zeloso, pelo ser humano e pelos Seus mandamentos. Se ser cristão é ser conservador, se ser fiel ao casamento é ser conservador, se prezar pela felicidade do outro é ser conservador, então, sou conservador com todas as letras e que Deus possa preservar na minha vida e na sua o dom de amar o outro, com os defeitos que ele, assim como você e eu, tem.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Assim Como nos Dias de Noé

"Pois assim como foi nos dias de Noé, também será a vinda do Filho do Homem. Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o receberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do Homem." (Mateus, 24: 37-39).

Este espaço, de maneira humilde e simples, tem se dedicado a apresentar e discutir a esperança de todo verdadeiro cristão, qual seja, o retorno, com poder e grande glória, de nosso amado Senhor, Jesus Cristo.

Ele próprio, quando aqui esteve, abriu conversações sobre esse tema. No capítulo 24 do Evangelho de Mateus está relatada a conversa de Jesus com seus discípulos que lhe pedem: "Dize-nos quando sucederão estas coisas e que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século." (Mateus, 24: 3).

Na verdade, Jesus não lhes indica somente um sinal, mas vários; entre eles sempre lembramos de guerras e rumores de guerras, fomes e doenças em todas as partes do mundo, terremotos, entre outros. Porém, um sinal que nos chama bastante atenção está relatado nos versos 37 a 39: "Pois assim como foi nos dias de Noé, também será a vinda do Filho do Homem. Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o receberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do Homem." (Mateus, 24: 37-39).

Mas, então, como eram os dias de Noé? O que nos diz a Bíblia sobre aqueles longíquos e distantes dias? Quais as semelhanças entre o nosso tempo e o tempo antidiluviano?

Vejamos: "Viu o SENHOR que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração; então, se arrependeu o SENHOR de ter feito o homem na terra, e isso lhe pesou no coração. Disse o SENHOR: Farei desaparecer da face da terra o homem que criei, o homem e o animal, os répteis e as aves dos céus; porque me arrependo de os haver feito. Porém Noé achou graça diante do SENHOR. Eis a história de Noé. Noé era homem justo e íntegro entre os seus contemporâneos; Noé andava com Deus. Gerou três filhos: Sem, Cam e Jafé. A terra estava corrompida à vista de Deus e cheia de violência. Viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque todo ser vivente havia corrompido o seu caminho na terra. Então, disse Deus a Noé: Resolvi dar cabo de toda carne, porque a terra está cheia da violência dos homens; eis que os farei perecer juntamente com a terra." (Gênesis, 6: 5-13).

Nos tempos de Noé o homem havia se tornado sobremodo mau, corrompido e violento. Será que Jesus equivocou-se a comparar os últimos dias (que cremos estar vivendo neles) com os dias do patriarca da arca?

Não é necessário muita coisa para afirmarmos, de modo absoluto: NÃO, Jesus não se equivocou. Com os olhos num passado longíquo e ainda num futuro distante, Jesus pôde perceber gravíssimas semelhanças -graves, não só por envolver atitudes de violência e corrupção, mas graves pelo momento da história que vivemos.

Seria exagero afirmar que hoje, como naqueles tempos, o desígnio do coração do homem tende sempre para o mal? Diariamente nos deparamos com notícias as mais absurdas, envolvendo o aspecto da violência, que tem atingido níveis jamais imaginados. O próprio Brasil, há pouqíssimo tempo, assustou-se com o nível de violência de um jovem (também vítima da violência cotidiana) que adentrou uma escola de crianças e adolescentes, no Rio de Janeiro, e matou cerca de 12 alunos, a sangue frio e depois tirou a sua própria vida. Crimes como este, por aqui, eram só conhecidos por acontecer em terras distantes (EUA e Europa).

As notícias de corrupção e roubo tomam conta das páginas de nossos jornais e do tempo (caro, por sinal) e espaço dos telejornais; desvio de dinheiro público, falsificações, suborno, mentiras, tudo em nome de um enriquecimento fácil e rápido e à custa de muitas vidas. Também há pouquíssimos meses, em Belo Horizonte foi fechado um laboratório e presos seus proprietários e farmacêutico, por falsificarem medicações; estima-se que 4 mulheres faleceram em virtude desses medicamentos. O laboratório é, ainda, alvo de investigação em Roraima, acusado pela morte de 13 recém-nascidos.1

Tudo isso, para aquele estudante diligente da Palavra de Deus, é triste, mas não novidade, afinal, foi Jesus mesmo quem nos alertou: "E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor se esfriará de quase todos." (Mateus, 24: 12). Ou seja, outro sinal importante da proximidade da volta de Jesus e que está na base de todo o sofrimento causado pela violência e a corrupção do coração humano é, sem dúvida, a falta de amor. A vida nada mais vale, é descartável, as pessoas se tornaram descartáveis. Muitas vezes são apenas números em estatísticas frias e assombrosas de quantas pessoas estão na linha da miséria ou abaixo da linha da pobreza; de quantos assassinados por dia; de quantas mães abandonam seus recém-nascidos na sarjeta; de quantas mulheres agredidas ou violentadas; de quantas crianças e adolescentes sofrendo abusos dos próprios pais.

Além disso, Jesus alertou que as pessoas viveriam a sua vida sem perceberem os dias urgentes que vivemos e isso se mostra até mesmo entre o cristianismo prevalecente. O fato de Jesus estar às portas não nos deve impedir de criar nossos filhos, de realizarmos sonhos profissionais ou de casamentos, porém, essas coisas não nos devem impedir o preparo necessário para "receber" Jesus quando Ele aparecer nas nuvens dos céus. O momento é solene, não é momento de festas, de glutonarias e bebedices e os professos cristãos parecem que ainda não se aperceberam disso, vivem como se Jesus nunca fosse voltar. Atente bem para as palavras do apóstolo Paulo: "Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia,  idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticamE os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito." (Gálatas, 5: 19-21 e 24 e 25).2

Algumas centenas antes de Jesus fazer tal profecia, o profeta Daniel, cujas visões também giravam em torno da segunda vinda de Cristo, prognosticou: "Por sua astúcia nos seus empreendimentos, fará prosperar o engano, no seu coração se engrandecerá e destruirá a muitos que vivem despreocupadamente; levantar-se-á contra o Príncipe dos príncipes, mas será quebrado sem esforço de mãos humanas." (Daniel, 8: 25). Neste caso, Daniel alerta para o perigo  que é viver despreocupadamente, uma vez que estamos em meio a um conflito milenar entre o bem e o mal e, aqueles que vivem desapercebidamente ou sem preocupação com os tempos em que estamos vivendo, infelizmente, encontrarão somente a ruína e a destruição.

Mas o Senhor é também misericórdia. Nos dias precedentes ao dilúvio, Noé achou graça diante do Senhor. Nesses últimos dias Ele também achará graça em muitos de nós. É necessário, porém, que tomemos uma posição ao lado de Cristo; é necessário não perder de vista o grande conflito no qual estamos inseridos e realizar as obras daquEle que como homem em tudo foi tentado, mas sem pecado (Hebreus, 4: 15); é necessário cumprir, em nossas vidas, a ordem do Mestre, de amar uns aos outros, de amarmos ao próximo como a nós mesmos; somos chamados para ser sal da terra e luz do mundo; com a permissão de Deus, arrisco-me em ir mais longe, devemos ser as últimas chamas do fogo do amor a arder nesse mundo de pecado, dor e violência; lembre-se, Jesus disse que o amor se esfriaria de QUASE TODOS, que estejamos entre aqueles cujo gelo do ódio e da indiferença não prevaleceram em suas vidas.

Deus abençoe a todos.