quinta-feira, 27 de maio de 2010

O Nome da Nossa Igreja

"Os teus filhos edificarão as antigas ruínas; levantarás os fundamentos de muitas gerações e serás chamado reparador de brechas e restaurador de veredas para que o país se torne habitável." (Isaías, 58: 12).

Durante toda a vida as pessoas carregam consigo o seu nome; é a forma mais usual e comum de identificarmos as pessoas. Na antiguidade, notadamente na Bíblia, o nome tinha muito que ver com o caráter das pessoas ou com o deus no qual criam. Vários exemplos podem ser citados, mas basta comentarmos, sucintamente, três:

1 - JACÓ: significa "aquele que engana" ou "aquele que trai"; pela história dessa personagem bíblica, podemos notar que ele fez jus ao seu nome (cf. Gênesis, 27), enganando seu velho pai e seu irmão, "roubando" a benção que seria dada a Esaú. Porém, alguns anos depois, Jacó tem seu nome mudado por Deus para ISRAEL. Agora, arrependido e com a vida transformada, não poderia mais ser chamado de "enganador"; Jacó havia "lutado" espiritualmente com Deus e prevalecido: "Não te chamarás mais Jacó, mas Israel. porque lutaste com Deus e com os homens, e prevaleceste." (Gênesis, 32: 28).

2 - O segundo exemplo que gostaria de destacar é o de DANIEL. Como hebreus e fiéis às suas crenças no único e verdadeiro Deus, os pais de Daniel colocaram esse nome em seu filho para homenagear ao Senhor e o Seu caráter. Daniel significa: DEUS É O MEU JUIZ - em toda a Bíblia, Deus se apresenta como misericordioso, mas também como aquEle que irá se levantar para julgar todos os povos e nações: "E os céus anunciam a sua retidão, pois Deus mesmo é o Juíz. (Salmos, 50; 6). Porém, Daniel estava entre os exilados em Babilônia e lá, como era comum na antiguidade, querendo homenagear seus deuses, Daniel teve o nome mudado para Beltessazar (cf. Daniel, 1: 7), que significa "Bel protege a sua vida". Isso, no entanto, não alterou as crenças e o caráter de Daniel, que, sem dúvida, foi um dos servos mais fiéis a Deus em toda Bíblia.

3 - O último exemplo a ser destacado é o de JESUS, que significa "Deus salva" ou "Deus é a salvação", nome perfeito para aquEle "que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas a si mesmo se esvaziou, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens. E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até a morte, e morte de cruz." (Filipenses, 2: 6 - 8). Além desse, Jesus, o Salvador, recebe outros nomes na Bíblia, vejamos: "Portanto o mesmo Senhor vos dará uma sinal: A virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel. (...) Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o principado está sobre os seus ombros, e o se nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz." (Isaías, 7: 14 e 9: 6). Emanuel significa: Deus conosco.

Coisas e entidades também recebem nomes. O edifício onde resido possui um nome; a escola onde os filhos estudam, possui um nome; o clube que frequentamos, também recebe um nome. Com as igrejas não é diferente. Essas recebem um nome que tenha a ver com sua história ou com as doutrinas que prega.

No início do século XIX, um homem chamado Guilherme Miller começou a pregar uma mensagem bíblica que até então estava esquecida: o breve retorno de Jesus Cristo com poder e glória. Muitos, nos Estados Unidos, se uniram a esse homem e a história mostra que outros movimentos, semelhantes a esse, surgiram em vários países na Europa e na América do Sul. No ano de 1844 ocorre o que conhecemos como "grande desapontamento", uma vez que o retorno de Cristo era aguardado para esse ano, o que, efetivamente, não aconteceu. Muitos seguidores de Miller retornaram para suas igrejas de origem, outros, tendo sido desligados delas, persistiram nos estudos das Sagradas Escrituras e perceberam que a promessa da vinda de Cristo é certa, mas que não era possível marcar datas para esse grandioso evento ("Porém, a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas unicamente o Pai." Mateus, 4: 36). Um grupo desses sinceros estudiosos começa então a divulgar essa verdade maravilhosa e a necessidade de nos prepararmos para o dia da volta de Jesus. Paralelamente a isso, outra verdade bíblica, que também havia sido esquecida e até mesmo rejeitada pelas denominações cristãs, começa a ser descoberta por esse grupo, a verdade acerca do verdadeiro dia de descanso bíblico: o sábado do sétimo dia.

Ao estudar a Palavra de Deus e receber inspiração do Espírito Santo (notadamente por meio do dom de profecia concedida à Sra. Ellen Gould White), o grupo percebeu a importância e necessidade dessas mensagens em relação à época em que viviam e também à nossa época atual; essas eram as mensagens para o mundo nos seus últimos dias; o mundo, envolto no pecado precisa conhecer a Cristo, se arrepender e ser fiel e obediente aos Seus Mandamentos e estar preparado para o grande dia do retorno de Jesus a essa terra.

Com o passar do tempo e vencidas as resistências naturais para pessoas que haviam passado pelo trauma de se verem desligadas, de forma sumária, de suas igrejas, perceberam a necessidade de organizarem aquele movimento. Assim, no ano de 1863, surgia formalmente a IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA. Esse nome traz em si a síntese dessas mensagens para os últimos dias.

Sem dúvida nenhuma, essas mensagens tornam a Igreja Adventista do Sétimo Dia peculiar em relação às outras denominações cristãs, uma vez que pouco se prega ou se divulga a volta eminente de Jesus Cristo, e muito menos a verdade sobre sábado - essa última é tida em pouquíssima ou nenhuma importância pelo mundo cristão, uma vez que a maioria crê que o sábado fora reservado para os judeus ou que Cristo teria "abolido" os dez mandamentos quando morto na cruz; nenhuma dessas duas afirmações têm embasamento bíblico.

O profeta Daniel nos diz que Satanás lançaria a verdade por terra e que isso prosperaria (cf. Daniel, 8: 12) e, em especial, acerca dessas duas verdades, o inimigo de Deus teve êxito parcial, uma vez que tirou da mente e do coração do homem o conhecimento acerca do retorno de Cristo e acerca do sábado do sétimo dia. Por isso cremos que recebemos, como Igreja e povo, um chamado especial para reparar essa brecha criada por Satanás. Restaurar essas veredas é uma das nossas principais missões.

Em várias partes da Bíblia, o próprio Cristo afirma veementemente, que retornará a esse mundo; por exemplo: "Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória." (Mateus, 24: 30). Em toda a Bíblia, também, é ressaltada a verdade sobre o sábado e a necessidade de santificarmos esse dia, conforme o mandamento (cf. Êxodo, 20: 8 - 11). O sábado é um dia tão importante que foi o próprio Jesus quem disse: "Pois o Filho do homem é Senhor do sábado." (Mateus, 12: 8); para bom entendedor, meia palavra basta e quando essa palavra vem de Deus, mais fé devemos colocar nela; de acordo com essa frase de Cristo, podemos asseverar que o sábado é o dia do Senhor, pois do sábado Ele é o Senhor!

Carregar o nome de Adventista do Sétimo Dia é um privilégio, por conhecermos essas verdades. Mas daí advém, também, uma tremenda obrigação, qual seja, viver e pregar essas verdades. Pregar a um mundo que "jaz no maligno" (I João, 5: 19); pregar a um mundo sem esperança, tragado pelo sofrimento da violência e da morte, que Jesus trará um mundo de paz e de vida eternas; mas que para herdarmos o reino de Deus precisamos ser-lhe fiel. Em Apocalipse encontramos uma promessa, condicional, maravilhosa: "Sê fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida." (Apocalipse, 2: 10). Infelizmente, nem todos estão preparados para assumir seu lugar nesse reino; não cabe a nós julgar, cabe divulgar essas mensagens, para que no dia da colheita, o Senhor Jesus possa colher o maior número possível de sementes que germinaram e deram bons frutos.

No decorrer da formação da nossa Igreja Adventista do Sétimo Dia, Ellen G. White, inspirada pelo Espírito Santo, escreveu o seguinte texto:

"As feições peculiares e preeminentes de sua fé são a observância do sétimo dia e a expectativa da volta de Cristo nas nuvens do céu. Não podemos adotar outro nome mais apropriado do que esse que concorda com a nossa profissão, exprime a nossa fé e nos caracteriza como povo peculiar. O nome Adventista do Sétimo Dia é uma contínua repreensão ao mundo protestante. É aqui que está a linha divisória entre os que adoram a Deus e os que adoram a besta e recebem seu sinal. O grande conflito é entre os mandamentos de Deus e as exigências da besta. (...) O nome Adventista do Sétimo Dia exibe o verdadeiro caráter de nossa fé e será próprio para persuadir os espíritos indagadores. Como uma flecha da aljava do Senhor, fere os transgressores da lei divina, induzindo ao arrependimento e à fé no Senhor Jesus Cristo." (A Igreja Remanescente, p. 65).

Ao guardar o santo sábado, estamos tornando realidade em nossa vida as palavras de Deus, por meio do profeta Ezequiel: "Santificai os meus sábados, e servirão de sinal entre mim e vós, para que saibais que Eu Sou o Senhor vosso Deus." (Ezequiel, 20: 20). Ao guardar o sábado estamos mostrando para o mundo qual é o nosso Deus: o Deus criador e redentor. Ao aguardar a volta de Cristo, colocando a nossa fé nesse Nome, e guardarmos o seu santo dia, nos tornamos a Igreja Remanescente de Cristo, pois o apóstolo João caracterizou bem a Igreja de Cristo nos últimos dias: "Aqui está a perserverança dos santos, daqueles que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus." (Apocalipse, 14: 12). João foi claro, para sermos santos e fazermos parte da Igreja de Cristo é necessário ter fé nEle (e, consequentemente, nas Suas promessas) e guardar os mandamentos de Deus (que inclui o quarto, qual seja, a observância do sábado do sétimo dia).

O nome ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA carrega em si todas essas características. Sabemos que a igreja e o nome não nos salvarão; precisamos, antes de mais nada nos apegar à mão de Jesus, trilhar o caminho estreito, fazer a sua vontade, "Se me amais guardareis os Meus mandamentos." (João, 14: 15). Somente pelo poder e misericórdia de Cristo seremos verdadeiros adventistas do sétimo dia.

"Somos adventistas do sétimo dia, e desse nome nunca nos devemos envergonhar. Cumpre-nos, como um povo tomar firme posição ao lado da verdade e da justiça. Assim glorificaremos a Deus. Havemos de ser livrados de perigos, e não enredados nem corrompidos por eles. Para que isto aconteça, precisamos olhar sempre a Jesus, Autor e Consumador de nossa fé." (A Igreja Remanescente, p. 66).

Nenhum comentário:

Postar um comentário